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Os países deverão aumentar sua ambição para que a meta do Acordo de Paris de limitar a elevação da temperatura média global em até 1,5 graus Celsius seja mantida. Diante dessa necessidade que deverá ser tratada na COP 29, em novembro em Baku, no Azerbaijão e depois, em 2025 em Belém, no Brasil, o país ganha um importante holofote sobre suas pretensões de ser o líder na transição energética global. Isso se deve ao fato de que o país está na presidência do G20 atualmente e traz os assuntos relacionados ao grupo, ao mesmo tempo ocupará a presidência o Mercosul e da COP até o evento de novembro do ano que vem.

De acordo com a CDP, organização sem fins lucrativos que administra a maior plataforma mundial de dados ambientais, a perspectiva com a COP deste ano está centrada em no acordo da Nova Meta Quantificada Coletiva sobre Financiamento Climático, ou NCQG. Este tem como função fornecer uma avaliação do progresso e desatacando as principais ações concretas que precisam ser tomadas para alcançar o estabelecido no Acordo de Paris. E ainda, abre caminho para que os países atualizem suas NDCs até 2025. Raíssa Saré, Lead de Engajamento Político do CDP Latin America, lembra que esse fator fará com que a COP 30, no Brasil, seja a primeira a ocorrer sob as revisões dessas metas dos países.

“Sem aumento da ambição dos países não acontece o 1,5º C do Acordo de Paris”, lembra. “Outra questão é que a declaração o G20 se conecte à COP 29 e realmente se comprometa a avançar na transição justa, que é um termo que aparece no discurso do Azerbaijão, que ocupa a presidência da COP neste ano”, destacou ela que disse esperar que o G20 destrave a questão do financiamento em Baku, em novembro e que essa deverá ser o fator de avaliação se a conferência será um sucesso ou não.

Segundo sua avaliação, o Brasil já possui ambições agressivas, mas elevar essas ambições poderá ser um sinal para que outros países possam seguir esse mesmo caminho. Além disso, o caminho da redução das emissões passa pela transição energética global. A discussão que deve ser estimulada é a redução e a eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis. E espera-se que a matriz energética dos países seja mais limpa. Nesse sentido, o Brasil é referência em relação à grande maioria dos países, por aqui o problema das emissões é mais centrado no uso da terra.

“Como teremos a COP 30 em Belém, parte do discurso terá ênfase nessa questão já a partir do primeiro semestre do ano que vem, com toda a ligação entre o G20 e a COP 30 nessas questões, trará a perspectiva de que o país será um grande impulsionador da transição sim e isso pode ajudar a fomentar a agenda econômica”, avalia.

Riscos Climáticos

O CDP foi fundado em 2000 e trabalha com mais de 700 instituições financeiras que abrangem mais de US$ 142 trilhões em ativos. Segundo dados da entidade, mais de 24 mil organizações em todo o mundo divulgaram dados por meio da sua plataforma em 2023. São mais de 23 mil empresas – incluindo companhias listadas e que valem dois terços da capitalização de mercado global. E ainda, a entidade congrega dados ambientais de mais de 1.100 cidades, estados e regiões.

Guilherme Ponce, Lead de Disclosure do CDP Latin America, apresentou um levantamento que apontou que 30% das empresas no país identificaram riscos climáticos que somam impactos financeiros estimados em US$ 182 bilhões ante um custo de prevenção de US$ 42 bilhões. Na América Latina 35% das organizações identificaram esses riscos que totalizam US$ 250 bi em impactos financeiros.

Agora, os planos de transição estão ganhando maturidade. Apesar disso, 14% das companhias afirmam ter um plano de transição climática alinhado o cenário e até 1,5º C até 2030. Mesmo sendo ainda um índice baixo já está 2 pontos porcentuais a mais do que registrado no ano anterior. Nesse sentido, apenas 22% das empresas brasileiras estabeleceram metas e redução de emissões absolutas. Uma ação que ainda engatinha na região é de empresas que possuem gasto ou receita para ações de adaptação alinhadas à transição climática estratégica de seu negócio.

Pensando nas cidades, a maioria está no sudeste do Brasil e dentro da amostra utilizada pelo CDP, 94% reportaram estar expostas a algum tipo de risco, sendo 17% a secas, 12% a indundações,12% ao calor extremo, 10% a fortes precipitações. E mais, 53% acreditam que os riscos se intensificarão no futuro. Mesmo diante dessa avaliação, apenas 28% possuem um plano de ação climática. Enquanto isso, 51% possuem metas de adaptação estabelecidas.